sábado, 3 de novembro de 2007

FICHAMENTO: “ESCOLA DA PONTE”


Segundo o autor José Pacheco, “Questiona a escola como um arquipélago de solidões.” Professores isolados física e psicologicamente, em espaços e tempos justapostos. Entregue a si próprios no refúgio de sua sala, a sós com seus alunos, o seu método manuais iguais para todo, repetições de lições, passividade em horários diferentes dos outros professores.
O projeto brotou de uma inquietação porque a escola reproduzia um modelo criado há 200 anos.
Iniciou-se o projeto, as crianças convivem e aprendem nos mesmos espaços, sem consideração pela faixa etária, mas pela vontade de estar no mesmo grupo. O critério de formação dos grupos é o afetivo, criança e jovens de várias idades podem se juntar. Tal atitude está embasada em Agostinho da Silva que costumava dizer: “Os grupos devem constituir-se à vontade dos alunos para que haja coesão e entusiasmo pelo trabalho, alegria criadora de quem se sente a construir um universo”. Os alunos decidem o que estudar, montam grupos de interesse e trabalham orientados por professores. Há também os estudos individuais, depois compartilhados com os colegas. Os estudantes podem recorrer a qualquer professor para solicitar suas respostas ou encaminhados a um especialista.
Cada criança é vista como um ser único. Avançam como uma outra organização da escola, uma outra relação entre os grupos que constituem a equipe educativa (pais, professores, alunos, pessoal auxiliar) um outro modo de refletir as práticas. Passam de objetivos instrução a objetivos mais amplos de educação.
Sugere um modelo de escola que já não é a mera soma de atividades, de tempos letivos, de professores e alunos justapostos. É uma formação social em que convergem processos de mudanças desejadas e refletida, um lugar onde conscientemente se transgride para libertas a escola.
O projeto não é de um professor, mas de uma escola. Entendem que só é possível falar de projeto quando todos envolvidos forem efetivamente participantes, quando todos se conhecerem entre si e se reconhecerem em objetivos comuns.
Não há um professor para cada turma, nem uma distribuição de alunos por anos de escolaridade.
Herbert Read cita: “A educação, no sentido mais amplo como crescimento guiado, pode assegurar que a vida seja vivida em toda a sua natural espontaneidade criadora e em toda a plenitude sensorial, emocional e intelectual. “Sem deixar de dar programas”, pretendem ir além de aprender a ler, escrever e contar, porque educar é mais do que preparar alunos para fazer exames, é ajudar as crianças a entenderem o mundo e a realizarem-se como pessoas muito, para além do tempo de escolarização.
Consciente que a “Escola da Ponte” é uma instituição de ensino básico que não segue um sistema de seriação ou ciclo, seus professores não lecionam uma disciplina específica. Seus alunos muitas vezes transferidos após expulsão de outras escolas escolhem suas áreas de interesse para pesquisas em grupos ou individuais.
É uma escola pública que trabalha com projetos inovados sua experiência de uma escola sem turmas, baseadas na autonomia dos alunos. O trabalho da “Escola da Ponte” estabelece a organização muito complexa que permite aprendizagens no exercício de uma liberdade responsável e solidária por parte de professores e alunos. Foram esses valores que os professores entenderam serem comuns a todos, isto é valores que orientavam as suas vidas.
Portanto a “Escola da Ponte” é uma escola modelo inovadora que foi capaz de mudar essa realidade propiciando aos alunos uma educação de qualidade com novas metodologias com uma nova visão de educação.

Bibliografia:

PACHECO, José. Entrevista dos sonhos existe a 25 anos em Portugal. Portal Aprende Brasil. http:// www.aprendebrasil.com.br/ entrevista0043.asp.
Acessado em 21/04/2006

Entrevista: É possível fazer uma escola diferente? Portal da Nova Escola. Edição nº: 171. Abril de 2004.
http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/171abr04/html/falamestre.
Acessado: em 21/04/2006

Edna Fernandes do Nascimento

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