segunda-feira, 5 de novembro de 2007

FICHAMENTO - Apontamento sobre a Cultura Visual


CUNHA, Susana Rangel Vieira da, Apontamentos sobre a Cultura Visual, Pesquisadora e professora da Faculdade de Educação da UFRGS na área de Educação Infaltil e Artes Visuais.

RESUMO

O texto leva o leitor a uma reflexão a cerca da Cultura Visual, seu foco de análise, como se relaciona ao ensino de arte, e a importância de se trabalhar essa vertente. Embora tenha surgido a partir dos Estudos Culturais, que estudava os diferentes materiais visuais, a Cultura Visual examina as experiências cotidianas com o universo visual. É interdisciplinar, um “movimento” entre diferentes campos, onde cada disciplina contribui com seus elementos teóricos e metodológicos. A abordagem não se limita apenas aos materiais visuais, mas também reflete e analisa como o universo visual está nos constituindo.

CITAÇÕES E COMENTÁRIOS

Segundo estudiosos sobre o assunto “[...] Os significados sobre o mundo social também são criados e negociados através das imagens visuais veiculadas pelos diferentes tipos de tecnologias visuais [...]”.

“[...] A capacidade da visão diz respeito aos aspectos fisiológicos do aparelho ocular [...]”.

“[...] É o modo como vamos construindo nossos olhares sobre determinados campos visuais, em como vamos direcionando nossas escolhas sobre determinadas imagens. [...]”.


Ou seja, temos olhares diferenciados para as mesmas imagens, dependerá das nossas escolhas ou do nosso foco de atenção, “O olhar de um botânico para uma montanha se diferencia do olhar de Cézanne ao olhar o Mont Sainte-Victoire. Ambos olham para a mesma paisagem, entretanto, cada um apreende aquilo que é significativo em sua experiência.”
Dentro de determinado campo sócio cultural, e de acordo com nossas vivência centralizamos nossos olhares, de maneira que nosso contexto imagético culturais constrói significados em torno de nossos próprios repertório.

“[...] Há intencionalidade nos dizeres das imagens, elas nunca serão um reprodução mimética de algo uma vez que elas já carregam uma interpretação de alguém sobre alguma coisa.”

Sabendo do poder que as imagens exercem sobre os indivíduos, as imagens contemporâneas, não são tão inocentes quanto parecem, nos direcionando a ver o que eles querem que vejamos. Tão forte é o poder da imagem que acaba sendo “mais importante do crer” Como as fotografias que acabam por ser nossa segunda memória.

“[...] a cultura ocidental é narrada através de imagens [...].”
“[...] e ainda utiliza, as imagens com o intuito de produzir realidades, bem como aproveita-las com objetivos educativos.”
“ [...] a nossa ‘devoção’ às imagens foi produzida em uma cultura ocidental extremamente visual.”
“ [...] somos uma civilização que há séculos cultua as imagens.”


“[...] Sem dúvida, a arte de um modo geral e as artes visuais em particular contribuíram para que elaborássemos nossas representações de mundo acerca do passado, e também do presente, a partir de determinados pontos de vista.”Contudo a autora ressalta que a Arte Conceitual e Contemporânea, a arte vem perdendo o “[...] estatuto de formuladoras de realidades e os meios de comunicação de massa passam a ser as fábricas de imaginário.”

Vivemos em uma cultura dedicada as imagens, onde elas penetram em nossas vidas estando intimamente ligadas em nossos pensamentos sem darmos conta de seus efeitos, sem perceber seus verdadeiros significados, modelando até mesmo nosso modo de ver.
“Este olhar reduzido de possibilidades é ‘ensinado’ pela cultura midiática como um olhar consumidor de qualquer coisa, faminto, veloz, navegante, que não fixa detalhes, não vasculha, não discrimina.”

Diante de tanta informação a respeito da imagem, a autora procura entender a presença delas e como é que estão construindo as imagens no contexto escolares infantis, menciona os beijos dos casais enamorados dos contos de fada, que estabelecem vínculos com outras imagens, influenciando a formação de significados, viciando o olhar. Levando até mesmo a uma “cegueira” visual
“ Nosso olhar, e principalmente o das crianças, se constitui dentro de referentes culturais imagéticos e faz com que vejamos determinadas representações.” É preciso prestar atenção, direcionarmos um olhar crítico ao universo visual.
As escolas precisam dar mais importância ao poder das imagens, o seu poder sócio cultural e histórico.
“As imagens acabam constituindo acervos daquilo que deve ser admirado, preservado, repassado e cultivado pelas crianças.”
“As pedagogias visuais, entendidas aqui como o processos educativos efetuados pelas imagens, passam a compor um currículo paralelo, dentro e fora das escolas, funcionando como uma espécie de currículo visual.”

É preciso mostrar e apontar o que se esconde por traz das imagens, indicar os efeitos que elas exercem sobre as pessoas.

IDEAÇÂO

O olhar é singular, podemos ver no mesmo instante a mesma imagem, mas para cada um ela terá um efeito diferente, essas imagens acabam sendo utilizadas para manipular o olhar, é preciso alfabetizá-lo. Se para um adulto fica difícil, imagine para as crianças? É impressionante como os desenhos tomam a sua atenção. Precisamos ficar atentos, saber o que falam as imagens, usa-la a favor e não contra a educação.

Por: Andréia Germano de Barros – Matrícula 10323691

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