quarta-feira, 7 de novembro de 2007

FICHAMENTO 3 - Alberes Mendonça

CUNHA, Susana Rangel Vieira da, Apontamentos sobre a Cultura Visual. Pesquisadora e professora da Faculdade de Educação da UFRGS na área de Educação Infantil e Artes Visuais.

RESUMO

É uma análise do universo visual e sua influência nos indivíduos. Reflete sobre o poder que as imagens exercem e sua desmistificação quanto a sua inocência na formação ideológica da sociedade. Muitas vezes somos levados a “ver” aquilo que querem que vejamos.

CITAÇÕES

“[...] Há intencionalidade nos dizeres das imagens, elas nunca serão um reprodução mimética de algo uma vez que elas já carregam uma interpretação de alguém sobre alguma coisa.”

“ Nosso olhar, e principalmente o das crianças, se constitui dentro de referentes culturais imagéticos e faz com que vejamos determinadas representações.”

“As pedagogias visuais, entendidas aqui como o processos educativos efetuados pelas imagens, passam a compor um currículo paralelo, dentro e fora das escolas, funcionando como uma espécie de currículo visual.”

COMENTÁRIOS

Nem sempre “ver” significa enxergar além das aparências. Precisamos ver além dos “objetos” que se nos apresentam. E para isso, muitas vezes, é necessário “enxergar” sem os olhos. Com certeza vemos melhor sem os olhos; aprimoramos os outros sentidos e passamos a enxergar o mundo e as pessoas sem a névoa enganadora das aparências que tanto a visão nos corrompe. Além disso devemos estar atentos as intencionalidades e as manipulações para o olhar. Um simples desenho pode estar carregado de informações que acabam moldando a nossa visão das coisas.


IDEAÇÃO

A diversidade do ser humano, suas qualidades e a capacidade de perceber individualmente o mundo, as coisas, me deixa muito feliz. Somos seres únicos e portanto incapazes de enxergar da mesma forma que o outro está enxergando. Nossa formação, nossa visão de mundo vai contribuir para que enxerguemos além das aparências das coisas. Esse na verdade é o grande desafio do artista, não permitir que suas produções se percam no campo minado da repetição.
Outrossim, o olho não pode e não deve ser o nosso único instrumento para enxergarmos as coisas. Indubitavelmente utilizamos os outros sentidos para “vermos” e percebermos o mundo. O mundo é aquilo que nós “vemos”.
Entretanto, precisamos ter cuidado pois os sentidos podem nos enganar. Nisto, gosto de acompanhar o pensamento dos filósofos clássicos, como Platão por exemplo, quando se referem aos sentidos dos seres humanos. Nós fazemos uso constantemente dos sentidos como se eles nos revelassem a realidade de fato. Contudo, o mundo sensível no qual fazemos parte seriam aparências, sombras de uma verdadeira realidade. Para Platão nós somos ludibriados pelos sentidos, principalmente pelo sentido da visão. Certamente este é o sentido que mais nos engana. E é bem verdade que vivemos num mundo de sombras e aparências arquitetado e mantido pela mídia.

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